sábado, 29 de novembro de 2008

Meu carro é minha segunda casa. Nele guardo quase tudo que eu tenho no meu quarto: roupas, CDs, às vezes livros, DVDs, às vezes alguns maços de cigarro, um pequeno travesseiro para emergências. Guardo sob o teto solar as mesmas estrelas que vejo do 4o. andar do meu prédio, e com elas os pensamentos que constantemente me acompanham pelas marginais, Santo Amaro, Moema, Pinheiros, Imigrantes, Interlagos...
Assim como minha cama, meu carro guarda meus segredos, meus choros e meus contentos. Nele não fiz amor, mas obviamente amei muito, assim como não derramei sangue mas já desejei o ódio (mesmo que por rápidos instantes de segundos). Assim como na minha estante, já escrevi conto, poesia e recados mil dentro do meu carro, ora com cerveja, ora com cigarro e sempre com música: a minha trilha sonora toca incansavelmente quando estou na minha segunda casa, rodando entre outras casas, avenidas, bares e esquinas. É minha casa dinâmica, mesmo estando sentado ou deitado estou no mundo, perto de tudo e praticamente de todos que eu quero estar. Bem perto de mim mesmo, às vezes.

O futuro se chama "talvez", o importante é não deixar que isso o assute - Tennessee Williams

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