quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Não estou no clima natalino, festas de final de ano. Para alguns pode até ser um pensamento depressivo de minha parte, para outros simplesmente a "correria" que alguns adoram se esconder para justificar algo. No meu caso nem um nem outro. Trata-se apenas de uma realidade, uma visão bem pessoal de uma realidade.

No trabalho, entre os amigos, na família, nas pessoas em geral eu não vejo mais aquele brilho no olhar que aparecia na época de Natal. Aquela música do John Lennon não me toca mais o coração quando escuto ela passeando casualmente no shopping Morumbi. Eu cheguei a reparar isso no ano passado também, porém era menos intenso. Hoje a sensação que tenho é que as pessoas estão caindo mais em si com relação às pitadas de hipocrisia que dominam os finais de ano.

Votos de final de ano? Sim, claro, sempre tenho e sempre terei, porém não necessariamente dessa forma. Não desejo que 2009 seja um ano repleto de conquistas, felicidades, amores e dinheiro. Muito menos desejo que o espírito do menino Jesus transborde em seu peito e que você seja uma pessoa mais completa. Tampouco vou desejar paz e felicidade para todos.

Se quer paz, crie, busque. Não adianta desejar paz ao resto do mundo se no dia 28 de dezembro ou logo depois você vai agredir verbalmente alguém no trânsito que simplesmente entrou na sua frente sem dar seta. Se quer felicidade, sorria, chore, mesmo quando você estiver defronte a todos os seus amigos e precisar chorar porque conquistou algo, ou mesmo que uma lembrança simples te dê vontade de chorar. Se quer dinheiro, lute, trabalhe, conquiste. Sei que muitas vezes a vida nos põe alguns revés, mas são alguns desafios que precisamos passar. Necessários... Se não gosta do que faz, procure algo novo e desafiador ao seu contento e volte a ser pleno.

Se quer amor, ame, mostre. Nunca diga que ama se ainda houver dúvidas, não conquiste pelo simples prazer de conquistar e nunca, em hipótese alguma, NUNCA ache que seu sentimento é maior que o dos outros. Seja com amigos, com a esposa ou com alguém novo. São, no máximo, sentimentos diferentes, e entender isso é respeitar. Respeito.

Enfim, o meu desejo é que façam. Que vivam, que sejam verdadeiros e plenos, sem as tais pitadas de hipocrisia que tomam o mundo no final do ano para depois virar o calendário e tudo aquilo "ficar no ano passado". E claro, não para 2009, mas para amanhã. Por enquanto, o amanhã já nos basta: é o futuro mais próximo que temos.


De toda minha alma, a cada um de vocês, amanhã e sempre.

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